Artista visual, atelierista, restauradora de obras de arte, educadora, pesquisadora da cultura da infância brasileira, gestora e coordenadora de projetos sociais e de políticas públicas voltadas para primeira infância. Formada em artes visuais e restauro (Escola de Belas Artes de Salvador/UFBA e Istituto Per L’arte e il Restauro Palazzo Spinelli – Firenze / Itália) e com diversas formações no campo da educação.
Transita entre diferentes suportes e linguagens das artes visuais, marchetaria, pintura, arte e natureza, colagem, fotografia, instalações e esculturas. Em suas investigações artísticas busca trazer à tona as relações entre as dimensões do humano, do mundo natural e do inexprimível, entre o visível e o invisível, entre o corpo urbano e o corpo natureza em suas diversas manifestações.
Atuou como restauradora de 1998 até 2002, junto ao atelier de Raimondo Pacci (Firenze – Itália), de Júlio Moraes e da Pinacoteca em SP. Desenvolve desde 2002 uma pesquisa sobre a aplicação de técnicas artísticas tradicionais e milenares, como a marchetaria, através de uma concepção contemporânea. Seu trabalho conflui com os gestos do brincar e traços livres das crianças, com as quais vem aprendendo a desenhar, desenvolvendo uma série de desenhos marchetados; e também com a cultura popular brasileira, suas festas, vestimentas e personagens, o que resultou na série Fabulário Brasileiro em parceria com o Estúdio Anêmona.
A partir de 2020 o trabalho de Karina vem sendo atravessado pela militância junto aos povos indígenas e a projetos de educação e escolas vivas guarani, trazendo assim a natureza como protagonista de suas criações. Cada semente, folha e flor ganham vida como entidades que manifestam as memórias primordiais e forças da natureza, com suas capacidades de invenção, criação, existência e liberdade. Esse trabalho implica em saber ser com outros mundos que inclua pedras, árvores, montanhas, rios, terra e cada pequeno ser, deles receber aprendizados, como interpretes da floresta, visto que ela nos oferece e imprime sentidos plurais, criativos e variáveis de ser. Os Seres Natureza criados por Karina nos convidam a inventar e a evocar novos caminhos, a sonhar e a abrir naquele espaço de aparição a comunicação e ação entre a terra e o céu, o mortal e o divino, o coração e a terra. O processo de criação com a natureza exige um estado pacificado e olhar atento, envolto na liberdade de um pertencimento, que resguarda a vida em sua plena autenticidade.
Formada na Casa Redonda Centro de pesquisas e irradiação da infância e no Instituto Brincante (SP), atua há 23 anos em pesquisas, brincadeiras e arte sobre a infância brasileira. Fundadora da Escola Aberta Navegar (coletivo de artistas, crianças, educadores e comunidade em Florianópolis); sócia Fundadora e educadora do Jardim Curioso (Laboratório vivo de criações – criança, arte e natureza); professora na Casa Árvore (Centro de Cultura e Infância Brasileira em Florianópolis); co-autora do livro Kyringue Nheovangaa Arandu (A sabedoria do brincar das crianças guarani), produzido a partir de pesquisa junto aos anciões de seis aldeias Guarani na região de Florianópolis; pesquisadora no grupo Criança Sol – Selvagem Ciclo de Estudos (cultura indígena); pesquisadora no Coletivo Quintais Brincantes (práticas educativas genuinamente brasileiras, de representatividade nacional, ancoradas na natureza, no brincar livre e na cultura das infâncias); gestora e coordenadora da construção coletiva do Kyringue Arandua – espaço de brincar para primeira infância guarani na Aldeia Indígena Guarani Yynn Moroti Wherá em Biguaçu / SC; presidente do Instituto Zero a Seis (primeira infância e cultura de paz), organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que acredita na criação de um mundo melhor a partir do cuidado com as crianças, pioneiro em projetos sociais e políticas públicas voltadas para primeira infância no Brasil desde 2006.